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Meu parto, minhas regras

Foto: Ludy Junqueira/Senhoritas Fotografia

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 57% dos partos realizados no Brasil são por cesárea. Na rede particular, o procedimento representa 84% dos partos, enquanto que na rede pública, chegam a casa dos 40%. Os números estão acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelece em até 15% a proporção de nascimentos via cesariana. Diante deste cenário, muitas mulheres têm optado por ter seus filhos de forma humanizada.

Após dois dias em intenso trabalho de parto, Mônica e Carlos comemoram o nascimento de sua filha Luara. A caçula do casal foi recepcionada no mesmo lugar em que foi concebida: em um simples apartamento em Diadema, na grande São Paulo. A decisão de dar à luz em casa surgiu após a artista ter sofrido com uma cesariana forçada no parto do seu primeiro filho, episódio que ocorreu no Hospital Amparo Maternal, localizado na Vila Clementino, zona sul da capital paulista.

Segundo ela, a análise médica indicou que seria necessário introduzir um certo nível de prostaglandina em seu organismo. A substância é usada para estimular as contrações e a maturação do colo do útero. Após 14 horas em intenso trabalho de parto, sua bolsa foi estourada pela equipe médica. Assim como no caso de Mônica, grande parte das cesarianas são realizadas sem caráter de urgência. O trauma motivou a busca por informações sobre os benefícios do parto humanizado. A pesquisa rendeu a ela um parto com amor, liberdade e respeito.

Eu achava que ia morrer de chorar quando a Luara nascesse, mas o que aconteceu na hora da saída dela, de pegá-la, de trocar o olhar com o pai dela e de ficar pasma olhando ela nos meus braços, era um sentimento de serenidade plena, de absoluta paz”.

Mesmo fora do ambiente hospitalar, os cuidados com o conforto e a segurança tanto da mulher, quanto da criança não são abandonados. Para que o processo aconteça sem complicações, a gestação é acompanhada de perto pelas doulas e parteiras. As doulas são profissionais que cuidam do aspecto emocional da mulher. São elas que ajudam a diminuir as dores das contrações, auxiliam o parceiro a se envolver no processo e apoiam o casal sobre os procedimentos realizados no parto. É importante ressaltar que as doulas não substituem a assistência médica, pois o suporte à saúde da mãe e do recém-nascido ficam por conta da obstetriz, também conhecida por parteira.

A doula Josilene Campos, a parteira principal Karina Fernandes e sua auxiliar Nathalie Leister, foram as responsáveis pelos cuidados com Mônica e sua filha antes, durante e após o parto.

Gratuidade do serviço

Desde novembro de 2015, a Casa Ângela, localizada na zona sul de São Paulo, atende gratuitamente pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O local oferece encontros com profissionais, oficinas de trabalho corporal, atendimento pré-natal, pós-parto e internação. No entanto, para ter acesso aos serviços, a mulher precisa preencher os seguintes requisitos: gestação de baixo risco, acompanhamento pré-natal a partir de 28 semanas e ter feito no mínimo, 3 consultas com a equipe do local. Para mais informações, os interessados podem participar do grupo de acolhimento, que acontece todas às quartas-feiras, às 9h30 da manhã na sede da instituição.

Outro projeto que proporciona às mães assistência humanizada durante a gravidez, é a Casa do Parto de Sapopemba. Localizado na zona leste de São Paulo, o espaço recebe pacientes da rede pública e particular, desde que a gestação seja de baixo risco. O acompanhamento é similar ao do outro local mencionado. Além do atendimento pré-natal a partir de 37 semanas, a gestante é assistida por enfermeiras obstétricas, obstetrizes e auxiliares de enfermagem. No parto são oferecidos serviços de massagens, banhos terapêuticos e exercícios de livre movimentação do corpo.

Estudante de Jornalismo.

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