Na construção intersubjetiva da política e da moral, bem como dos processos dialógicos por meio dos quais os sujeitos forjam identidades relacionais, regras que alicerçam as representações e práticas sociais e, normas institucionalizadas de interação, faz-se necessário destacar a relevância sociológica do conflito como modo de sociação. A partir dessa premissa, podemos analisar o conflito social como procura interativa pela consideração intersubjetiva de sujeitos e coletividades.
Constitutivo do conflito social, o insulto moral implica em uma violência simbólica e imaterial. Por isso, ao elaborarmos um olhar analítico a respeito da noção de violência como um problema social, não podemos deixar de construir uma análise crítica acerca do seu aspecto moral. Deste modo, a noção moral da violência nos possibilita entender as “estratégias de segurança” sugeridas pelo Jornal Folha de São Paulo – para que os homossexuais evitem ser agredidos nas ruas -, como uma desvalorização das identidades LGBT’s e uma violência objetiva aos seus direitos, traduzindo-se em um insulto moral.
Os sujeitos lutam permanentemente por reconhecimento intersubjetivo. No entanto, faz-se necessário acentuar o aspecto de construção relacional da identidade, uma vez que os sujeitos são forjados em suas interações cotidianas. É por meio das lutas simbólicas que os sujeitos negociam suas identidades e lutam por reconhecimento no âmbito da justiça social, por exemplo. Lutas essas que objetivam a construção do respeito mútuo e a valorização das diferenças. Trata-se, sobretudo, de lutas no campo das normas morais, uma vez que tais normas edificam as relações entre os sujeitos e organizam a sociedade na luta por reconhecimento.
Para findar, apesar da moral que cerca os corpos e desejos LGBT’s, deve-se continuar lutando por reconhecimento, políticas públicas, promoção da cidadania e direitos humanos da população LGBT’s, em síntese, pela construção da justiça social.