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Um sonho salgado com o surfista Stanley Cieslik

Aos 13 anos ele já surfava na Praia Brava, em Angra dos Reis. Hoje, Stanley Cieslik já surfou de Desert Point, na Indonésia, a Teahupo, no Tahiti e claro, em Pipeline, no Hawaii. Com uma bagagem extensa no freesurf, ele virou protagonista do curta-metragem Rio Salty Dream, dirigido por Leandro Moura. No filme, o surfista Stanley Cieslik  narra sua trajetória no surf e a realidade salgada para se manter no esporte. E este apaixonado por adrenalina, não fica apenas a Sol e mar, ele também tem história para contar no snowboard. Stanley é surfista das adversidades e que, por isso, sabe bem viver a vida pelo esporte.

cieslikJC – De onde e quando você veio?
SC – Nasci em Angras dos Reis no dia 4 de junho de 1986.

JC – O filme “Sonho Salgado” veio como reconhecimento de um talento explorado à custa de muito esforço e dedicação. Quanto tempo durou a produção deste novo trabalho e como você avalia o resultado?
SC – Durou aproximadamente cinco meses, pois o produtor e filmaker Leandro Moura morava em São Paulo. Então era preciso combinar as filmagens para quando tinham boas ondas e disponibilidade para ele vir ao Rio. O resultado foi melhor do que imaginava em todos os sentidos, mas prefiro que as pessoas assistam e tirem suas próprias conclusões!

JC – Como surgiu a ideia de fazer o filme? Você já conhecia o produtor Leandro Moura?
SC – A ideia surgiu por acaso, quando conheci o Leandro na Ilha Grande e ele tinha acabado de lançar um curta muito maneiro com o Matheus Toledo em Ubatuba, o “TLD Ripping one”, e estava pensando em fazer o próximo no Rio. Foi daí que surgiu o “Rio Salty Dream”.

stanleysurfJC – Qual a principal abordagem deste filme e o que ele representa à sociedade?
SC – Tentamos abordar a diversidade da nossa cultura, a beleza da nossa cidade, as nossas ondas… Tentando fazer com que as pessoas valorizem mais a cultura e lugar onde vivem. Sem aquela velha historia de que “o quintal do vizinho é mais bonito”.

JC – De que maneira você relaciona as leis e programas de incentivo do esporte e a realidade no país? Onde precisa
melhorar?
SC – Seria perfeito, se essas leis de incentivo funcionassem aqui no Brasil… Mas graças aos nossos governantes corruptos, nem a área da educação e saúde, que são coisas primordiais, funcionam. Imagina na parte de apoio ao esporte!? Muita coisa precisa melhorar!

Stanley-by-Andre-PortugalJC – Você respeita alguma rotina de exercícios? Conta com algum suporte de treinador ou preparador físico?
SC – Além do surf e outros esportes que pratico, faço funcional com o meu preparador Lucas Freitas. Me alongo praticamente todos os dias… Sempre estou tentando manter o corpo e mente o mais saudável possível, para assim poder desenvolver uma boa performance e ter uma vida mais longa.

JC – Sabemos você que também pratica snowboard. Pretende competir na modalidade?
SC – Pois é! Esse é outro esporte que fiquei apaixonado e sempre que posso, no meio das minhas “surf trips”, tento encaixar uma “snow trip”. Não pretendo competir, apenas me divertir e produzir material, mostrando a essência desses dois esportes.

JC – Como você compara os dois esportes? A técnica de um complementa o outro?
SC – Os dois esportes são relativamente parecidos, mas com algumas técnicas bem diferentes. Acho que qualquer esporte de prancha complementa o outro naturalmente, porem dizem que um surfista tem muito mais facilidade para aprender snowboard do que o contrario.

JC – Você tem algum patrocinador? Recebe algum apoio para praticar o esporte?
SC – No momento estou sem nenhum patrocínio principal, mas conto com o apoio da rede de lojas Sea Cult, Óculos Arnette, Restaurante Natural do Recreio, bar399 e pranchas Merrê.

stanley-surfistaJC – Qual é a maior dificuldade que você já enfrentou para competir?
SC – A maior dificuldade que eu enfrentei para competir foi a falta de patrocino, pois fica muito caro para bancar as viagens sozinho e poder competir as principais etapas do WQS (world qualifying series). Então por essas e por outras, preferi optar pelo “freesurf” , assim posso viajar para pegar as ondas que eu sempre sonhei, produzo o meu material para as mídias e surfo sem aquele peso da competição.

JC – Naquele momento que você tem certeza que vai pegar a onda perfeita, geralmente qual é a manobra você decide arriscar?
SC – A melhor coisa a se fazer é tentar ler a onda, e decidir a manobra a partir do que ela “está pedindo”.

JC – Tem outros estilos ou manobras preferidos?
SC – Minhas manobras preferidas são os tubos e manobras aéreas.

surfeJC – Quem é o seu principal shaper?
SC – Há mais de seis anos, só faço pranchas com o shaper Antonio Merrê, e estou muito satisfeito com nosso trabalho!

JC – Tem alguma praia no Brasil que você não foi, mas gostaria de ir para surfar?
SC – Várias… O Brasil tem o litoral enorme, e com certeza existem inúmeras praias maravilhosas e com altas ondas para serem descobertas.

JC – Quando foi que você começou a surfar?
SC – Comecei a surfar com 13 anos de idade, na Praia Brava em Angra dos Reis.

JC – Você lembra como foi a sua primeira competição?
SC – Foi na Ilha Grande/Angra, lembro que senti uma adrenalina que nunca havia sentido antes pois tinha muita gente na praia e era uma experiência nova… acabou que fiquei em segundo e assim iniciei minha carreira de surf.

sc

JC – Quais as melhores ondas que você já pegou?
SC – Já tive o privilegio de surfar muitas ondas pelo mundo, mas Desert Point( Indonésia) , Teahupo( Tahiti) , Pipeline (Hawaii) são indiscritíveis!!

JC – Que tipo de prancha você usa e qual você recomenda?
SC – É muito relativa essa pergunta, porque a prancha depende muito de cada pessoa e condições do mar.

JC – Você já passou por alguma situação de alto risco ao perder o controle da prancha?
SC – Algumas… pois são osso do oficio. O importante é tentar manter a calma e sair daquela situação de risco da melhor forma possível.

surfer

JC – Onde costuma praticar o esporte? Por que escolheu estes lugares?
SC – De preferência onde as ondas estão boas!rs Mas minha base é no Rio de janeiro e Angra dos Reis, onde meus pais moram.

JC – Qual é o melhor caminho para quem está começando agora no surfe?
SC – Surfar, surfar e surfar!!

JC – O que é preciso para se tornar um surfista profissional e conseguir patrocínio para competir?
SC – Como qualquer coisa na vida, acho que o essencial é dedicação, perseverança, foco e amar o que se faz!

JC – Qual foi a sua maior conquista na carreira?
SC – Posso afirmar que minha maior conquista foi “ter vivido o que eu vivi e vivo” graças ao surf e seu life style.

JC – Quais publicações, sejam sites, jornais ou revistas, você gosta de ler e acompanhar?
SC – Além das revistas de surf Dêxa, Surfar, Fluir,… gosto ler livros e sites que venham a acrescentar alguma coisa de interessante na minha vida.

JC – Próximos projetos?
SC – Assim que estiverem prontos, vocês irão ficar sabendo… agora tenho que focar e trabalhar neles para assim concretiza-los.

Rio Salty Dream – Stanley Cieslik from Leco Moura on Vimeo.

Entrevista realizada em 05/11/2013. Fotos: Andre Portugal e acervo pessoal do atleta.

 

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