Por Redação | Academia de Audiovisual
O futuro já chegou e fala a língua da inteligência artificial
A inteligência artificial deixou de ser promessa. Tornou-se infraestrutura invisível de tudo o que criamos, comunicamos e consumimos. No audiovisual, essa presença é força de reconfiguração.
O professor Fernando Moreira, doutor em Comunicação e CEO da Broadcast Media Lab, vive esse tempo de virada com a precisão de quem entende a técnica como narrativa. Sua trajetória no ensino, na pesquisa e na televisão constrói uma ponte entre gerações que aprenderam a editar o real e aquelas que agora aprendem a conversar com a máquina.
“A IA não substitui o humano, amplifica o humano. A diferença está entre quem aprende a conversar com ela e quem a teme.” (Fernando Moreira)
Coordenador do Grupo de Inteligência Artificial da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), Moreira tornou-se referência em ética, inovação e experimentação aplicada ao broadcast. Seu olhar une rigor técnico e consciência de linguagem, o ponto em que a tecnologia deixa de ser ferramenta e se torna pensamento.
O livro: inteligência que se explica a quem vive o cotidiano
Em “Inteligência Artificial para Manés… como eu”, Moreira desarma o mito da IA inalcançável. O título provoca, mas o gesto é de aproximação. Ele fala com quem tem curiosidade genuína, não com quem busca manual.
O livro abre portas para quem convive com a tecnologia sem percebê-la. Do aplicativo de transporte ao e-mail automático, da legenda instantânea ao filtro de imagem, tudo ganha contorno e contexto. O texto é direto, sustentado por exemplos reais e situações do dia a dia.
Mais do que explicar, o autor traduz o sentido do fenômeno. Mostra que compreender a lógica da IA é compreender o próprio tempo. A obra traz glossário, orientações sobre segurança digital e reflexões sobre uso consciente, propondo uma ética da simplicidade: usar com intenção, pensar com clareza, criar com responsabilidade.
Disponível em versão física e digital, o livro reafirma o papel de Moreira como mediador entre o mundo técnico e o humano — um tradutor do futuro para o presente.
A gramática do novo audiovisual
A IA generativa inscreve uma nova sintaxe na produção de conteúdo. Gera imagens, sons e narrativas com precisão algorítmica, mas exige autoria de quem conduz. No audiovisual, o impacto é profundo: o processo criativo se reorganiza, e o tempo de execução volta a ser tempo de invenção.
Fernando Moreira alerta que tecnologia não é atalho, é arquitetura. Quando usada apenas para automatizar tarefas, se torna periférica; quando integrada ao pensamento, redefine o modo de ver, escrever e montar.
Essa é a direção de seu trabalho: despertar consciência de linguagem em quem atua com sistemas, edição, roteiro ou gestão de conteúdo. Técnica e expressão não se separam — se alimentam.
IA e TV 3.0: criar, estruturar e distribuir com inteligência
O curso IA e TV 3.0 nasceu dessa síntese. É prática que pensa, teoria que se aplica. Moreira conduz o programa ao lado do engenheiro Tom Jones Moreira, especialista em inovação e membro da diretoria da SET.
Durante quatro horas de imersão ao vivo, o participante percorre os eixos da transformação digital no audiovisual: automação de fluxos, marketing com agentes inteligentes, engenharia de prompt, dublagem automática e uso de GPTs em ambientes de produção. O curso apresenta o que já acontece em emissoras, estúdios e startups de mídia e mostra como o profissional pode ocupar esse espaço com visão e domínio técnico.
A tecnologia, ali, deixa de ser ruído e passa a ser vocabulário.
Ética, criação e responsabilidade
Em eventos e publicações, Moreira destaca a dimensão ética. As ferramentas generativas criam, mas também distorcem. Produzem encantamento e risco. Ele trabalha essa tensão como quem ajusta o foco de uma câmera: cada movimento revela um novo ponto de atenção.
Temas como autoria, rastreabilidade e verdade da imagem permeiam sua fala. Num setor acostumado à urgência e à estética da velocidade, a reflexão se torna forma de resistência. O professor lembra que a IA só faz sentido quando preserva a presença humana da criação, não quando a dilui.
O ensino como território de futuro
Formar profissionais em IA não é repassar técnica. É preparar o olhar. O método de Moreira articula engenharia e comunicação, lógica e sensibilidade, formando criadores capazes de projetar sistemas com propósito.
Essa convergência reúne comunicadores, engenheiros, designers e roteiristas em um mesmo campo de experimentação. Cada um traz sua linguagem; a IA, nesse contexto, é o idioma comum.
O curso IA e TV 3.0 é ponto de encontro entre o que já se produz e o que ainda está por nascer. Um espaço onde o gesto humano encontra a inteligência maquínica e dela extrai ritmo, textura e sentido.
Reinventar é permanecer humano
Fernando Moreira costuma dizer que quem não se apropria da IA será reescrito por ela. Não como ameaça, mas como constatação histórica. O futuro do audiovisual pertence a quem compreende o código por dentro e reconhece nele uma nova forma de autoria.
Da presidência da ABTU às iniciativas internacionais que liderou na América Latina e na Europa, sua trajetória reafirma uma convicção: tecnologia só tem valor quando amplia a percepção humana.
O curso e o livro formam um mesmo corpo de pensamento. Um gesto de tradução entre mundos. Neles, o professor não ensina a usar ferramentas, mas a pensar com elas.
A inteligência artificial é o novo espelho da comunicação. E quem souber enxergar, cria o futuro agora.

