Nota do Editor
- Nesta edição, acompanhamos a jornada de Pedrinho da 96.Skill, treinador que transforma cada treino em gesto de resistência. O basquete vira linguagem de futuro, um drible contra a exclusão e um respiro de esperança.
Histórias de Sucesso – Pedrinho da 96.Skill
O basquete não entrou na vida de Pedro Henrique como lazer de fim de semana. Foi mais cedo, quase como imposição do destino, não no sentido de obrigação, mas de descoberta inevitável. A bola laranja, no início maior que o corpo franzino, foi a chave de uma disciplina que moldaria caráter, escolhas e rumos.
Cada drible era uma tentativa de ocupar espaço, de marcar território no mundo. “Grande parte da minha forma de ensinar hoje vem desses anos dentro do basquete”, ele recorda. A cada treino, a cada renúncia, formava-se um jovem que aprendia a transformar suor em propósito.
Hoje, conhecido como Pedrinho da 96.Skill, ele é mais do que um treinador. É alguém que devolve ao esporte tudo o que recebeu, multiplicado. O que antes era sobrevivência e disciplina virou legado. “Meu objetivo é transformar vidas através do basquete, ensinando com paixão, técnica e dedicação.”
O drible que ele treinava sozinho, como obsessão adolescente, tornou-se linguagem universal para jovens que buscam direção em meio a realidades duras. Um gesto repetido milhares de vezes, até doer o punho e calejar os dedos, que agora serve como metáfora de persistência para centenas de meninos que encontram na quadra um horizonte novo.
Da base à sala de aula
“Tudo o que vivemos na nossa trajetória serve como experiência.” Ao olhar para trás, Pedrinho não enxerga apenas vitórias e derrotas, mas também os técnicos que moldaram sua identidade. De cada um, levou lições silenciosas, que agora ressoam em suas próprias aulas.
Essa soma de memórias se transformou em pedagogia própria: ensinar não só fundamentos técnicos, mas disciplina, resiliência e a seriedade que o esporte exige desde cedo.
Na base, aprendeu que o treino era sempre mais duro do que o jogo, e que só quem suporta o peso da preparação pode saborear o alívio da vitória.
Hoje, quando fala com seus atletas, a voz carrega essa herança. Ele não transmite apenas movimentos, transmite uma maneira de existir no mundo: firme, consciente, capaz de cair e levantar quantas vezes forem necessárias.
O drible como linguagem
Foi dessa obsessão pelo drible que nasceu o Elite Handles. Quatro semanas de treino intenso, não para criar milagres, mas para provar que a evolução vem da repetição, da constância. “Sempre digo que basquete é técnica + repetição. O método mostra que qualquer um pode evoluir com dedicação.”
Errar, tentar de novo, insistir, acertar. O drible ensina conduzir a bola, a lidar com os tropeços da vida. Ensina que o erro não é fracasso, mas parte de um ciclo. A quadra vira palco de pequenas superações diárias: o garoto que finalmente consegue executar o movimento certo descobre, ao mesmo tempo, que também pode vencer os obstáculos que carrega fora das linhas do jogo.
Transformar antes do apito final
Muitos dos jovens que chegam até Pedrinho estão sem rumo. Alguns já tocados pela sedução das drogas ou pela apatia de não enxergar futuro. “Lembro de um atleta que estava perdido, envolvido com drogas. Quando conheceu o basquete, tudo mudou. Ele passou a ter objetivos, fez amigos e encontrou um caminho longe dos problemas.”
Não são histórias para enfeitar discursos, são realidades cruas que encontraram fôlego dentro de uma quadra. O placar ali não conta pontos, conta destinos. A cada treino, Pedrinho conduz um jogo maior: o da vida contra a desistência. Um jogo em que a vitória é o olhar de um jovem que volta a acreditar que pode vencer.
A importância das ferramentas
Paixão move, mas não basta. Para Pedrinho, ensinar exige clareza. Quadros magnéticos, pranchetas, pastas de jogo, ferramentas que transformam estratégia em imagem e tornam palpável o que parecia abstrato. “É praticamente impossível entrar em jogo sem esse suporte. Eles tornam a explicação clara e aceleram o aprendizado.”
Nesse ponto, produtos táticos que existem na Loja do Treinador se tornam boa opção. “Ferramentas de qualidade permitem que a estratégia seja transmitida de forma clara, que os fundamentos sejam treinados com mais precisão e que o atleta tenha estímulos variados para evoluir.”
A pedagogia encontra no material certo o mesmo que o jogador encontra no drible bem executado: confiança, precisão, capacidade de ir além.
A primeira quadra
Depois de anos em espaços emprestados, erguer sua própria quadra foi como marcar o primeiro ponto de uma partida longa. Pequena, modesta ainda, mas carregada de simbolismo. Cada linha pintada no chão parecia um compromisso, cada cesta erguida, uma promessa.
“É só o começo. Quero realizar camps em diferentes regiões do Brasil e capacitar novos treinadores, principalmente no interior, onde ainda faltam profissionais.”
A tinta no piso não é apenas marcação de jogo, é rastro de sonho. Um projeto de futuro que já começou a ser desenhado e que, como toda grande partida, depende de paciência para amadurecer jogada após jogada.
Fora das linhas
Fora da quadra, Pedrinho não deixa de jogar. Só muda o tablado. O riso fácil é como passe certeiro que desmonta a defesa do cotidiano. O convívio com a família e os amigos funciona como tempo pedido. Uma pausa necessária para reorganizar o jogo da vida.
Em São José dos Campos, entre treinos e aulas, ele encontra no abraço dos seus a mesma energia que sente quando a bola quica forte no chão.
É ali, na roda de amigos ou no almoço de domingo, que ele aprende a desacelerar, a respirar entre uma posse e outra. A simplicidade desses momentos é o contra-ataque que equilibra a intensidade da rotina. Pedrinho sabe: ninguém joga sozinho.
A rede de afetos que construiu é a sua equipe invisível, sustentando cada passo, lembrando que o placar mais importante não se mede em pontos, mas na soma de presenças que continuam ao seu lado.
O legado
Quando resume sua missão, as palavras saem como quem finaliza uma jogada ensaiada, sem hesitar: “Transformar vidas através do basquete, ensinando com paixão, técnica e dedicação.”
Mas não se engane: não é slogan. É pulsação diária. Cada aluno novo é como o início de uma partida incerta, e cada treino, uma oportunidade de virar o jogo. Pedrinho acredita que o próximo drible pode ser também o primeiro passo de uma vida inteira. No ritmo do basquete, entre aceleração e pausa, entre tentativa e acerto, é possível ensinar não só a jogar, mas a existir com dignidade.
E assim, quando a bola sobe, não é apenas sobre quem marcará mais pontos. É sobre quem descobrirá que dentro de si havia muito mais do que imaginava. Pedrinho segue conduzindo jovens como quem conduz um ataque coletivo: no compasso certo, esperando o momento certo, sem pressa de arrematar, mas com a certeza de que cada movimento pode mudar o destino da partida e da própria vida.
Fonte: Loja do Treinador | Histórias de Sucesso