Embora a medicina avance ininterruptamente ao longo dos séculos, um problema que a acompanha desde seus primeiros passos permanece sem solução definitiva, o das infecções hospitalares. Trata-se de toda patologia adquirida em função de procedimentos realizados em unidades de saúde, desde que constatada sua relação com a passagem pelo atendimento médico.
No Brasil, as medidas preventivas visando evitar infecções hospitalares são reguladas pela Portaria Nº 196/83, 930/92 e 2.616/98 do Ministério da Saúde, que obriga os hospitais a instituírem comissões permanentes para controlar infecções hospitalares. Ainda na esfera jurídica, o tema também é disciplinado pela Lei Federal 9.431, de 06 de janeiro de 1997 e pela Portaria 2616/98, ambas com o objetivo de controlar e estabelecer leis e diretrizes técnicas sobre o tema.
Embora regulamentado há mais de 30 anos, o controle das infecções hospitalares no Brasil ainda carece de mais estruturação. A Organização Mundial de Saúde apurou que 14% dos pacientes internados no Brasil são vítimas de algum tipo de infecção hospitalar, que causa cerca de 100 mil mortes anualmente.
Quanto mais tempo internado, maior o risco de contrair infecção
A dificuldade em lidar com pacientes vítimas de infecções pós-internação está em determinar com precisão a origem da patologia. Em alguns casos, verifica-se que o quadro infeccioso é causado em decorrência da própria doença do paciente.
Segundo Eduardo Gutierrez, da Axiste, empresa de materiais cirúrgicos, “embora as normas estabelecidas pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, sejam válidas para todos os hospitais e unidades de saúde, existe ainda um descompasso no cumprimento dessas normas. Entre as principais dificuldades estão a falta de recursos, tanto materiais quanto humanos, fundamentais para sedimentar serviços eficazes de controle de infecções.”
É preciso atenção especial com pacientes idosos, com imunidade reduzida e crianças, principalmente os que estão internados por períodos prolongados. As principais vias que facilitam infecções hospitalares estão ligadas a procedimentos pós-operatórios, como acessos venosos ou mesmo à infraestrutura dos CTIs e UTIs, como sistemas de ventilação e a própria higienização dos locais.