“…um dia vou deixar o circo, mas o circo jamais sairá de dentro de mim”. Assim, Athos Silva Miranda, ou Chumbrega, externa o seu íntimo desejo. Athos aos 73 anos , é a terceira geração de artista circense, cuja origem vem de avós romenos e austríacos, ou seja, traz no sangue a estirpe de uma família que nasceu para o espetáculo, para levar alegria e entretenimento de norte a sul , de leste a oeste, viajar pelo mundo. Desde o trapézio ao malabarismo onde começou sua trajetória, Athos com o tempo transformou-se no palhaço “Chumbrega”, aquele que faz rir, que faz cada um sentir-se criança, com sorriso aberto, franco, descontraído. Hoje no circo Stankowich, a família de Athos já está na quinta geração de artistas, seus filhos e netos já se incorporaram ao picadeiro, os netos ainda timidamente, mas com sangue e alma circense esse legado vai se perpetuando. O Palhaço segundo Athos (Chumbrega) é o agente da alegria do entretenimento, do bom humor. Fazer palhaçada é para aqueles profissionais que dedicam uma vida a essa arte, essa mesma arte, que os torna conscientes de seu trabalho, é de onde sai o seu sustento, o picadeiro. Esse mesmo picadeiro que não aceita rancores, dores, lamentos. Esse picadeiro só cobra uma coisa desse artista, alegria, e não alegria contida, e sim a alegria compartilhada. A vida de um artista de circo nem sempre é colorida, mas embaixo da lona no picadeiro as cores aparecem, brilham, e essa é a mágica do palhaço do ator. Um livro só é bom quando você consegue ler e os ensinamentos que ele contém, você consegue passar aos outros e assim ele se multiplica, se dissemina. “…sou criança, sou vida, sou o instante de alegria que todos querem partilhar. Sou poeta sou cantor, sou sorriso e sou ator. Sou delas um pedaço, sou para elas um simples palhaço. Esse é “Chumbrega” ou melhor, Athos aquele que distribui alegria.
Foto: Paulo Pinto/Fotos Publicas