“Zeitgeist” é uma palavra alemã que significa “espírito do tempo” e tornou-se conhecida no documentário polêmico de Peter Joseph, onde a primeira parte apresenta os princípios religiosos, a partir de bases astronômicas e históricas.
O autor defende que a religião é uma ferramenta manipuladora e que a mesma “criou” um Deus que tudo sabe e tudo o que acontece, tem como alicerce as coisas que para ele é certo e que não existem indagações. Fato este que lembra muito bem o estado Teocêntrico de Auguste Comte, em que a humanidade vê o mundo e se organiza a partir dos mitos e das crenças religiosas.
No decorrer do filme, analisamos como o autor modifica a linha de pensamento por meio de dados científicos e pesquisas. Evidentemente, acaba relacionando com outro estado muito importante de Comte: o estado Positivo, onde a humanidade procura respostas científicas e busca o conhecimento absoluto.
Podemos analisar também no filme de Joseph, um forte pensamento Darwinista, de cunho social. Pois o fato das pessoas serem subordinadas pela igreja, também sugere um apego à inferioridade, ou seja: a partir de pessoas fanáticas, conseguimos facilmente manipular e criar sistemas políticos voltados para interesses dos mais fortes, usando Deus e a igreja como coadjuvante.
O documentário mostra a alienação que sempre existiu das pessoas através da religião e o quanto isso afeta a vida e o crescimento intelectual de uma sociedade. E diante deste movimento de defesa intelectual, o autor passa a idéia de que se continuarmos estagnados, jamais poderemos resolver os problemas políticos e sociais que afetam o mundo.
Portanto, concluímos que no próprio artigo da revista “Galileu”, Claudio Julio Tognolli intitula “Zeitgeist” como: ”É tudo verdade?”, questionando a citação que Peter Joseph fez ao afirmar que a mitologia romana fez de Jesus Cristo, uma criação inspirada em lendas de histórias egípcias, indianas e persas, nos remete aos questionamentos que devemos fazer ao depararmos com esses tipos de “teorias”.
Afinal a ciência se difere da teoria e formaliza o conhecimento. Sendo assim, devemos saber distinguir e criticar, perante tais teorias e acontecimentos.