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As faces do extremismo político
Photo Credit To Andesign101

As faces do extremismo político

Marielle, mais uma vítima da realidade violenta do Rio de Janeiro. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), o Rio de Janeiro teve nos últimos quinze anos, 38 mil pessoas assassinadas! Sendo que só 10% dos casos, até agora, tiveram identificados os autores.

Nesse Rio de violência, a estatística traz que em média, sete pessoas morrem diariamente de forma violenta na capital desde 2002.

É nesse cenário monstruoso que vemos mais uma vez aparecer o debate sobre o que são direitos humanos.

Porém, o mais importante a meu ver, nesse momento é elucidarmos conceitos básicos para melhor entendermos a situação.

O que temos que evitar antes de tudo, é o extremismo político, que podemos definir como posições radicais e distantes de uma postura moderada, muitas vezes, chegando à intolerância.

No caso do brutal assassinato da vereadora e do seu motorista, vimos crescer, desde a última semana, inúmeras manifestações que comprovam o extremismo político.

Pessoas que denigrem a biografia da assassinada e outros que se esquecem das inúmeras vítimas, também importantes, mesmo que não tenham uma biografia tão conhecida assim!

No Brasil, o senso comum, a falta de educação política e cívica, confundiu a população em relação ao conceito real de direitos humanos. Direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos.

Seu conceito está ligado com a ideia de liberdade de pensamento, de expressão, o direito ao trabalho e a educação e a igualdade perante a lei. Direitos que são negados, pelo nosso Estado corrupto, que dessa forma abriu espaço para a realidade que nós nos confrontamos nos dias de hoje.

Então, dentro da compreensão equivocada, uma cidadã como a vereadora Marielle Franco, que exercia o seu direito e defendia os direitos daqueles que não conseguem ter voz, torna-se alvo “merecedor” do seu triste fim.

E ao mesmo tempo, muitos incautos, tentam aproveitar esse momento e tirar vantagem política sobre esse ato grotesco que foi o assassinato desses dois cidadãos, deixando de destacar a importância, da também morte cruel de centenas de pessoas, sejam eles policiais, bandidos, crianças, idosos, mulheres, homens, ricos e pobres e todos os membros da nossa sociedade, pois a violência não poupa ninguém.

Não devemos esquecer que a democracia nos dá direito a sermos diferentes entre si, mas iguais nos nossos direitos e deveres.

Façamos ao menos, a nossa parte.

Mestre em didática e antropologia pela Universidade de Paris VIIJussieu. Dá aulas de disciplinas ligadas às Ciências Sociais, francês e metodologia da pesquisa

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