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Crime do Século

Crime do Século

A política de Donald Trump, a distopia retratada na série The Handmaid’s Tale e a crítica social presente na música “Crime of the Century” da banda Supertramp compartilham um eixo temático comum: a opressão sistemática e o controle sobre indivíduos, em especial sobre as mulheres e os mais vulneráveis da sociedade. Embora se manifestem em diferentes formatos – política real, ficção distópica e música – essas narrativas expõem os perigos do autoritarismo, da misoginia e da desigualdade social.

A Política Machista de Trump e a Supressão de Direitos

Donald Trump, ao longo de sua campanha e presidência, adotou discursos e políticas frequentemente considerados misóginos e retrógrados. Suas declarações polêmicas sobre mulheres, sua postura contra o direito ao aborto e o apoio a medidas que restringem a autonomia feminina refletem um modelo de governo que busca reafirmar valores conservadores.

Entre suas ações mais controversas, destacam-se a nomeação de juízes conservadores para a Suprema Corte, o que possibilitou a reversão do direito ao aborto nos Estados Unidos, e cortes em programas de assistência a mulheres em situação de vulnerabilidade.

The Handmaid’s Tale: A Realidade Limiar Entre Ficção e Política

A série The Handmaid’s Tale, baseada no livro de Margaret Atwood, apresenta um futuro distópico em que os Estados Unidos são transformados na teocracia totalitária de Gilead, onde as mulheres são reduzidas a papéis específicos e perdem completamente seus direitos. A protagonista, Offred, é uma “Aia”, uma mulher forçada a gerar filhos para a elite dominante. O regime opressor de Gilead se constrói sobre discursos religiosos e políticos que justificam a retirada de direitos das mulheres sob o pretexto de restaurar a moralidade e a ordem social.

Os paralelos entre a política de Trump e o universo de The Handmaid’s Tale são evidentes. O ataque aos direitos reprodutivos das mulheres nos EUA, especialmente com o enfraquecimento de Roe v. Wade, ressoa diretamente com as práticas coercitivas de Gilead. Além disso, a retórica ultraconservadora que sustenta governos autoritários na realidade se assemelha à lógica empregada na distopia fictícia.

Crime of the Century: Uma Crítica à Opressão Sistêmica

A música Crime of the Century da banda Supertramp, lançada em 1974, aborda um tema de opressão e manipulação social que dialoga com os dois contextos anteriores. Embora a letra seja abstrata, seus versos sugerem a existência de uma elite invisível que controla e manipula a sociedade, determinando o destino das massas sem que elas tenham consciência disso. Trechos como “Now they’re planning the crime of the century / Well, what will it be?” apontam para um sistema que perpetua injustiças e mantém o poder nas mãos de poucos.

Essa crítica se conecta tanto ao governo Trump quanto à distopia de The Handmaid’s Tale ao denunciar a forma como estruturas de poder suprimem a liberdade individual e garantem sua continuidade por meio de narrativas ideológicas. No contexto de Trump, a manipulação midiática e o discurso populista serviram para consolidar sua base de apoio e minar direitos fundamentais. No universo de Gilead, o governo totalitário utiliza a religião e o medo como ferramentas de controle absoluto.

Opressão como Eixo Comum

A interseção entre esses três elementos demonstra como a opressão pode se manifestar de diferentes formas, mas sempre com o objetivo de restringir a liberdade e perpetuar o poder de uma elite. Seja na política real, na ficção distópica ou na música crítica, a luta pela igualdade e contra o autoritarismo permanece uma questão central da sociedade contemporânea. A ascensão de políticas ultraconservadoras, como as promovidas por Trump, reforça a relevância de obras como The Handmaid’s Tale e Crime of the Century na conscientização e resistência contra regimes opressivos.

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