Quem me conhece, sabe o quanto gosto de comida, em seus mais variados sabores. E meu paladar fica contente com coisas muito simples, como um feijão bem feito ou o hambúrguer do carrinho da esquina. Mas, sem dúvida, é nos detalhes de pratos mais elaborados, como uma montagem diferente, um tempero inusitado ou ingredientes surpreendentes, que se percebe a genialidade de um chef.
Com a música é a mesma coisa. Existe música muito boa e muito simples, mas é no uso de timbres distintos e harmonias complexas, que se percebe a genialidade de uma composição. E é assim que classificaria o jazz, como música gourmet.
Infelizmente, tanto para a comida quanto para a música, nem sempre o genial tem a popularidade merecida. Em parte, porque geralmente estamos mais expostos ao que é mais simples e, também, porque o que é menos complexo, também exige menos esforço para se apreciar. Pão, carne, bacon, queijo. Estrofe, refrão, estrofe, refrão.
E é para compartilhar com vocês os sabores desse estilo musical tão rico, multiétnico e diverso que escrevo essa coluna. Vamos conversar sobre as suas origens vindas do blues, suas diferentes vertentes, das divas e big bands ao jazz fusion, os festivais e as personalidades extraordinárias que habitam esse meio cultural único.
Por hora, deixo de presente o vídeo de uma das minhas bandas preferidas: Bela Fleck and the Flecktones, com a música Stomping Grounds. Formada pelo incomum banjo de Bela Fleck, o baixo de Victor Wooten, na minha opinião um dos melhores baixistas do mundo, Roy “Spaceman” Wooten e sua drumitar (!) e, no sax soprano, o talentosíssimo Paul McCandless.
Um grande abraço e até a próxima!