A temática da sustentabilidade, no âmbito das atividades empresariais e industriais passou a compor a agenda de governos e organizações a partir da década de 1950, mais precisamente em 1953, quando foi publicado o livro “Responsabilidades Sociais dos Empresários” (tradução livre), de Howard R. Bowen. A questão ambiental, desde então, vem ganhando espaço como parte indivisível dos negócios de qualquer instituição.
O lançamento de outro livro, Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, foi o ponto de partida definitivo do debate sobre a necessidade de preservação dos biomas. Na obra, a autora lança luz sobre o uso de agrotóxicos na agricultura e suas consequências danosas ao meio ambiente.
Desde então, a implementação de formas sustentáveis de produzir vem ganhando força, e as empresas hoje já estão deixando de entender os investimentos em produção sustentável como um ônus, mas como parte de suas estratégias de negócios.
Índice de Sustentabilidade Empresarial completa 10 anos
Um sólido exemplo de que a agenda ambiental veio para ficar no mundo dos negócios é o ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial, criado e gerenciado pela Bolsa de Valores de São Paulo desde 2005. Com a iniciativa, busca-se fomentar um ambiente de negócios em que fatores como responsabilidade social, equilíbrio ambiental e comprometimento com o desenvolvimento sustentável.
Hoje, mais da metade das empresas com capital aberto na Bolsa de Valores já aderiram ao ISE, representando montante de mais de 1 trilhão em valores negociados. As empresas chanceladas pelo ISE percebem ganhos não apenas em valores tangíveis, mas também em imagem institucional. Em pesquisa recente, 38% dos entrevistados afirmaram não acreditar que as empresas com ativos negociados no ISE se preocupem com o meio ambiente. O percentual aumenta para 57%, quando as empresas em questão não fazem parte do índice.
O engenheiro Gelma Reis, da Ética Ambiental, empresa de consultoria ambiental, entende que a sustentabilidade gradativamente será parte integrante dos setores das empresas, tal qual o de recursos humanos “hoje em dia, principalmente as atividades industriais dependem da aprovação de órgãos de controle ambiental para operar. Mas não se trata apenas de uma questão legal, muitas empresas já conseguem extrair recursos extras adotando práticas sustentáveis, como economia de energia, reciclagem de resíduos sólidos e reaproveitamento de efluentes”.