No último sábado, dia 24/07, Marco Antonio Raupp, um dos idealizadores do PqTec, morre aos 83 anos, por insuficiência respiratória aguda, decorrente de um tumor cerebral.
Raupp nasceu em 9 de julho de 1938 em Cachoeira do Sul, a cerca de 200 km de Porto Alegre. Saiu da cidade para cursar o ensino médio na capital, onde também fez faculdade de física. Fez mestrado em matemática na Universidade de Brasília e doutorado na mesma área na Universidade de Chicago (EUA).
Foi livre-docente pela Universidade de São Paulo, onde atuou como professor associado do Instituto de Matemática e Estatística.
“Perde a ciência e a inovação. Ser humano ímpar, Marco Antonio Raupp é um ícone em nosso pais, responsável por atos arrojados, e deixa um legado de desenvolvimento tecnológico e o respeito de todas pessoas que, assim como ele, tinham a dedicação em aprender sempre. Raupp conseguia entender as dificuldades e necessidades de startups a multinacionais, agia sempre em busca de levar a tecnologia como um diferencial e fez do PqTec o maior e mais respeitado parque do Brasil”
(Marcelo Nunes, diretor-geral do PqTec)<
Raupp foi Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação de janeiro de 2012 a março de 2014.Ao longo da carreira, foi diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Laboratório Nacional de Computação Científica e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Agência Espacial Brasileira .
No Parque Tecnológico São José dos Campos, participou da sua criação e implantação (2006-2008) e foi seu primeiro diretor geral (2009-2011), cargo que voltou a ocupar de outubro de 2014 a junho de 2021.
Enquanto ministro e no tempo em que esteve à frente do Parque, articulou a criação de mais de 1.300 novas vagas de ensino superior públicas em São José dos Campos, cidade onde viveu por 36 anos. Também como ministro, criou a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em 2013.
Como diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1985 a 1989, criou o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Também foi responsável pelo acordo de cooperação entre Brasil e China, em 1988, para o desenvolvimento dos satélites CBERS-1 e CBERS-2, pioneiro entre as parcerias espaciais somente de países do hemisfério Sul. Por esse feito, recebeu no mesmo ano o título de Comendador da Ordem de Rio Branco, concedido pelo Ministério das Relações Exteriores.
Marco Antonio Raupp foi membro titular da Academia Internacional de Astronáutica e tinha os títulos de Comendador da Ordem do Rio Branco, Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico e Oficial da Ordem do Mérito das Forças Armadas.
“A vida de um homem é o resultado das suas obras. Nesse sentido, Marco Antônio Raupp se torna eterno pelo seu legado. Todos que conviveram com ele eram cativados e impulsionados pela sua motivação”
(Sérgio Buani, diretor de operações do PqTec)
Marco Antonio Raupp deixa a esposa, Elisabeth Alves Mendonça, 7 filhos (mais uma filha falecida), três genros, quatro noras e 13 netos.