A Umbanda surgiu no Rio de Janeiro no início do Século XX, como uma derivação do Candomblé. Considera que o universo é povoado por entidades espirituais, os guias, que podem entrar em contato com os homens através de um iniciado (medium) que os incorpora. Os guias se apresentam por meio de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira.
As raízes da Umbanda encontram-se em duas religiões trazidas da África pelos escravos: a Cabula, dos bantos, e o Candomblé, da Nação Nagô, da qual herda os orixás. Sofreu importante influência do espiritismo kardecista, influência esta manifestada principalmente na crença da possibilidade de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual.
A Umbanda reúne ainda ritos indígenas e práticas mágicas européias. As entidades umbandistas reúnem-se em duas falanges, a da direita e a da esquerda. Ambas as falanges possuem entidades ou guias, que podem realizar trabalhos para ajudar os seres humanos. Os guias da direita só realizam trabalhos para o bem e os da esquerda, para o mal.
Iansã, deusa dos ventos e da tempestade está sincretizada com Santa Bárbara,Xangô com São Jerônimo, Oxossi com São Jorge, por exemplo.
Que semelhança pode haver entre um orixá – força pura e imaterial – e um santo católico, um terráqueo que foi canonizado pela Igreja?
O sincretismo do candomblé com o catolicismo vem encontrando apoio de um grupo respeitável de ialorixás, entre eles Menininha de Gantois, Stella de Oxossi e Olga de Alaketu.
Desde sempre houve uma tendência a esse sincretismo pois os negros que vieram da África, como escravos, foram impedidos de professar sua religião. Como eles não tinham a menor intenção de
deixar de álado suas crenças, conseguiram disfarçá-las para, utilizando os santos católicos, realizarem os seus cultos negro-africanos. Daí a conclusão que o sincretismo é uma violência, é o fruto da imposição de uma cultura dominante.
Há que se considerar, também que existe o sincretismo afro-ameríndio, com uma mistura bastante grande de divindades de origem africana com outras tipicamente tupis. É o caso, por exemplo, do Sultão das Matas e do Ogum de Kariri, que seriam santos tupi-nagôs.
A figura do “caboclo” é inclusive o símbolo oficial da independência na Bahia, conseguida em luta armada no dia 2 de julho de 1823.
Daí podermos dizer que o sincretismo religioso brasileiro, especialmente o baiano, é afro-luso-ameríndio e vem se desdobrando e se complicando há mais de um século.
Em Salvador existem mais de 1.000 terreiros de candomblé e a ascendência das ialorixás sobre a comunidade baiana é muitas vezes maior do que a do cardeal ou de qualquer pastor.
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